A FAMILIA O MEIO E O COMPORTAMENTO DESVIANTE

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Aluno do 3º ano do curso de Psicologia do Instituto Superior da Maia (Portugal)
Trabalho elaborado no âmbito da disciplina de Biopsicossociologia dos Comportamentos Desviantes
  

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Resumo:

O seguinte trabalho aborda as problemáticas inerentes ao comportamento desviante em crianças e adolescentes, e  a forma como tais comportamentos se desenvolvem e quais as suas possíveis causas.

Nesta abordagem pareceu-nos útil referir a importância da família e do meio no desenvolvimento ou não de tais comportamentos, que podem se manifestar das mais diversas formas, nomeadamente delinquência, toxicodependência, marginalidade e através da agressividade entre muitos outras manifestações.

Falar da importância da família/meio implica necessariamente falar da vida emocional e da construção do aparelho psíquico destas crianças, e da forma como este está estruturado.

 

 

Introdução

A vida nem sempre é justa. As crianças não nascem iguais em termos de oportunidades mas cabe à sociedade ajudá-las a superar as suas diferenças.

O nosso trabalho debruça-se sobre histórias de crianças e adolescentes que crescem no abandono, negligência e maus tratos psíquicos. É feito de histórias de “...muitos que viveram perdidos no tempo de infância- nunca crianças, ainda crianças, dir-se-ia. ” (Strecht, 1999).

São histórias que transportam dor, desamparo, perda, confusão, escuridão e sobretudo revolta. Contudo, ainda existe nestas crianças e adolescentes, simplicidade, humildade, grandeza, coragem e lições que todas estas vidas ensinam.

Do ponto de vista psíquico, assistimos a um aumento das situações de sofrimento que traduzem as falhas dos adultos e da sociedade em ajudar a crescer saudavelmente os seus jovens.

O resultado acaba por ser uma projecção: os jovens passam a fazer das suas relações com os outros uma forma de exteriorização do seu mal-estar.

A prevenção destes problemas- toxicodependência, delinquência, criminalidade, prostituição, desemprego- que tem vindo a invadir a nossa sociedade devia fazer-se desde cedo para a construção de uma verdadeira cultura de protecção à infância.

Falamos de uma realidade que é dura mas que infelizmente é nossa e que definitivamente teremos de saber enfrentar e ultrapassar se alguém se mostrar indiferente. 

 

A Patologia Transgeracional

TRISTE SINA

 

Não podes fugir

Ao negro fado brutal

Ao teu destino fatal

Que uma má estrela domina

Já que a má sorte assim quis

A tua sina te diz

Que até morrer

Terás de ser

Sempre infeliz.

(Triste Sina, Amadeu do Vale)

 

Nas histórias de crianças que passam por negligência, maus tratos ou abusos, encontra-se vulgarmente um peso a que se chama perturbações transgeracionais. As raízes do mal afundam-se muitos anos atrás, em gerações precedentes, na pré-história das crianças. Parece que os pais estão condenados a repetir tragicamente com os seus filhos, as dificuldades por que passaram eles próprios um dia enquanto crianças. E estes pais, tal como os seus pais e os pais destes e assim sucessivamente, por vezes numa cadência solidamente estabelecida em que o amor parece mais frágil que o esquecimento ou o perdão. O peso do passado toma conta do presente e parece desejar a continuar a escrever torto pelas linhas do futuro, tinta invisível mas permanente. Quando se analisa alguns casos destes, os profissionais sentem-se “pequenos” perante a força destas tragédias. Contudo, apercebe-se também com alguma regularidade que, mesmo em situações muito dramáticas, nem todo o funcionamento infantil está por isso tomado: pequenas partes resistem ainda e sempre ao invasor. E maior é a probabilidade quanto mais nova é a criança e quanto maior for a possibilidade que esta teve de se ligar favoravelmente a algum elo mais saudável da sua família (Strecht, 1998).

Segundo Selma Fraiberg (cit. Strecht, 1998), “a história não tem de ser o destino”. Mas então, o que será que determina que o passado conflitual dos pais não se venha a repetir nos seus próprios filhos? Parece que a explicação é aquilo que as crianças ensinam nestas situações: a forma como os afectos infantis são vividos, e depois, canalizados, parece ser o processo central destes enredos. Sabe-se que há pais, adultos que viveram experiências dolorosas na infância e não as passam ou sequer as desejam aos seus filhos. Acredita-se que nestes, à semelhança do que ainda é vulgar nas crianças mais pequenas, os afectos não estão totalmente reprimidos, isto é, mantêm-se uma saudável (ainda que dolorosa) ligação entre determinadas representações e as emoções que lhes correspondem.

Nos casos mais graves existe uma clivagem afectiva que permite que perante as tais experiências dolorosas, caia um pano que funciona como separação entre as emoções e as representações mentais a que estão ligados. Estes estados são muitas vezes secundários a traumatismos psíquicos precoces e mantidos. A pessoa desafectada sobrevive expulsando a correspondente afectiva das vivências dolorosas, movendo-se a partir daí no tal cenário figurativo desanimado, atonal. As principais temáticas conflituais destes adultos não são tão precoces como as psicoses, em que há ruptura de ligação com a realidade; por isso o seu discurso é coerente, aparentemente adequado. Está também longe de atingir a evolução de conflitos de um nível superior: o neurótico. A dificuldade em mentalizar as situações leva-os frequentemente a funcionar num registo muito ligado ao concreto operacional, em que o sofrimento é frequentemente dirigido para as queixas somáticas, corporais; a fragilidade das suas estruturas abre o caminho aos comportamentos aditivos e a uma sexualidade agida em fugas para a frente. Em termos do funcionamento psíquico, esta impenetrável cortina acabará por implicar um estado de quase ignorância dos sentimentos do próprio e da capacidade de os perceber nos outros. Nas famílias com referência ao alcoolismo, à toxicodependência, à prostituição, os filhos surgem e multiplicam-se em número, numa continuidade distante de um desejo ou planeamento. Mãe de 28 anos, cinco filhos de três pais diferentes, para abandonar ou ver não quando ou enquanto estes necessitam, mas apenas quando uma pequena porção da sua vida de adulto o permitiu ou disso precisou... Neste tipo de adulto predominarão os investimentos narcísicos: as necessidades das crianças são apenas pensadas ou sentidas em função das suas próprias necessidades. A relação intensamente ambivalente de amor- ódio entre pais e filhos repassa gerações e a sua resolução é frequentemente tentada através da alteração no meio, mais do que neles próprios enquanto pessoas, ou seja, os conflitos não são vividos e resolvidos no mundo interior, mas são essencialmente expulsos para o exterior (Strecht, 1998).

Pais maltratantes foram habitualmente crianças maltratadas. Crianças maltratadas podem ser, um dia, maltratantes dos seus próprios filhos. É, afinal, o mecanismo de identificação ao agressor que funciona como agente perpetuante da patologia. Perante a ansiedade avassaladora, o desamparo e a impotência fortemente sentidos perante o episódio traumático, a economia psíquica e a inata compulsão à repetição, transformam-se em mecanismo patológico que mantêm causas e circunstâncias. A uma criança que viveu a perplexidade do inexplicável, como por exemplo ser batida ou negligenciada pelos próprios pais ou familiares, coloca-se uma tarefa difícil: pensar o impensável! No tempo de continuar a crescer resta-lhe desistir ou sobreviver mantendo viva a sua dor... Mas na maioria, há ainda algo a fazer (Strecht, 1998).

Em saúde mental é tanto mais difícil conseguir soluções quanto mais perturbadas são as pessoas: o que reconhece em si próprio dificuldade ou sofrimento tem um nível de funcionamento superior ao que expulsa ou projecta essa mesma perturbação, colocando-a habitualmente nos outros (coisas, pessoas, etc).Os objectivos gerais no trabalho com os pais são de tentar diminuir o peso dos seus próprios conflitos que recaem nas crianças, ajudando-os a reforçar pontos de afecto com os filhos, sabendo apreciar a reciprocidade do amor das crianças por eles. Estas continuidades mal-adaptativas podem não ser repetidas se uma detecção precoce e uma intervenção eficaz puderem ser postas em prática perante as perturbações da relação pais-criança (Strecht, 1998).

Mundo, gostamos de ti quando pões em écran luminoso as palavras Casa, Mãe e Criança. E gostamos ainda mais de ti quando assim pões cor na primavera que é o tempo que junta o novo e o antigo e assim já não é preciso haver uma desculpa pelo meio (Strecht, 1998).    

 

Possíveis Causas dos Comportamentos Desviantes

Falar das causas dos comportamentos desviantes na Adolescência é um tarefa um pouco ambiciosa e complexa. Na medida em que as suas causas são multifactoriais.

Para melhor compreender as sua etiologia já foi referido anteriormente a importância da estrutura familiar para a construção da identidade e personalidade em crianças e adolescentes. Também já foi abordada a crise familiar e seus impactos na formação das crianças e adolescentes, e a forma como esta é vivênciada pelos mesmos no seio da família.

Mas neste capitulo procuraremos aprofundar especialmente as causas e origens desses comportamentos, que  na maior parte das vezes levam as crianças e adolescentes a revelarem comportamentos de marginalidade, delinquência, toxicodependência, violência e indisciplina entre outros.

Para iniciarmos esta nossa análise nada melhor do que ouvir a voz das próprias crianças;

“(...) as crianças são violentas porque precisam de o ser e não porque lhes apetece...a violência é especialmente praticada por falta de alguma coisa que elas precisam (...)”

(Ana, 13 anos, cit. Strecht, 1999)

 

Mas afinal o que lhes falta?

No decurso do desenvolvimento humano, a qualidade da relação vivida com quem está mais próximo, durante os primeiros anos de vida marca as raízes do relacionamento connosco próprios. É o que interiormente apreendemos e vivemos que vamos  depois transferir para o exterior, quer seja na família, na escola ou na sociedade em geral.

Actualmente, sabemos muito bem que as insuficiências iniciais conduzem a estados de vulnerabilidade  e fragilidade estruturais e futuras, com vivências traumáticas de perda, fragmentação, separação, desestruturação, despersonalização, não existência e desvalorização crónica (Strecht, 1999).

Quando a relação entre a criança ou o adolescente e a sua família está desestruturada, quando existe um vazio ou uma explosão desagregadora  do seu universo, a criança interioriza modelos  de relação distorcidos, ela vai repetir sistematicamente o que foi apreendido nessas experiências precoces, em padrões de comportamentos desviantes que se fixaram em quadros clínicos patológicos no adulto se não intervém com uma relação terapêutica reparadora.

Melanie Klein (cit. Strecht, 1999), pioneira no campo da psicanálise infantil, teorizou que no final do primeiro ano de vida, afectos positivos e negativos dirigem-se para o mesmo objecto. Nas boas evoluções dominaria esta posição depressiva e não a posição paranoide de constantes clivagens entre lados bom e mau. Vemos desta maneira como é da maior importância que uma criança pequena possa crescer tendo referências predominantes de bons modelos. Se o contrário acontecer, haverá um risco de introjecção e identificação exclusiva ao lado negativo, com um inevitável “handicap” nas futuras relações emocionais, pois a partir daí o que é percepcionado na realidade exterior é internalizado de uma forma modificada e negativa de acordo com essas experiências pessoais já previamente integradas.

Os pais têm um papel fulcral no desenvolvimento afectivo da criança. Pais adultos que não existem na vida afectiva das crianças, ou que só existem umas vezes, não estando presentes, ou estão presentes quando querem e não quando os filhos precisam. Pais que existindo, persistem numa relação com os filhos em que predominam padrões de distorção ou confusão, como os que deles abusam do ponto de vista emocional, físico ou sexual.

Para estas crianças cresce o risco da construção de uma ideia de si próprias e do mundo em que falha a confiança básica. Com vários níveis de dependência, ou seja, dificuldades no estabelecimento de fronteiras entre elas próprias e os outros, perdem a capacidade de atribuir um significado ao que sentem e pensam ou ao que os outros sentem e pensam (Strecht, 1999).

Cresce também o risco de se manterem sentimentos de desconforto com fracas expectativas sobre qualquer possibilidade de viver experiências de afecto e conforto.

    No contexto famíliar a alteração psicológica de um dos pais, de ambos, ou da dinâmica famíliar, tais como:

  • Pais toxicodependentes, Pais  alcoólicos, Pais com personalidades narcísicas. Pais com perturbação depressiva muito intensa e crónica.

Ou seja, se o meio da criança e nomeadamente as suas figuras de referência materna e paterna, forem “doentes”, mantendo com ela relações distorcidas e patológicas, o EU em estruturação não se pode desenvolver harmoniosamente pois o que apreende do mundo externo são modos de viver e sentir deturpados, confusos, agressivos ou violentos.

No caso de abuso por parte de adultos, comum por parte dos próprios Pais ou outros como padrastos, madrastas, tios, avós, ou outros elementos da família alargada.

As crianças fragelizadas, inseguras, ávidas afectivamente, vêem-se por isso mesmo mais facilmente na posição de presas frágeis de possíveis abusos.

Abusos esses que vão desde o abuso emocional, tão comum como difícil de prever o seu impacto no futuro, além disso a alta frequência de abusos físicos e sexuais, também é muito frequente.

Em relação aos abusos sexuais nada melhor do que ouvirmos novamente a voz sábia das crianças e adolescentes;

(...) devia-se pedir aos adultos que imaginassem o que achavam se fossem eles as crianças a quem estão a fazer essas coisas (...)”

(Sofia, 13 anos, cit. Strecht, 1999)

 

Nesta confusão e pressão emocional que muitas crianças sentem por parte daqueles que mais as deviam amar, instala-se um vazio que progride e invade o espaço psíquico, levando a uma organização distorcida do EU, em que a projecção dos maus objectos internos no meio exterior se estabiliza em comportamentos desviantes (Strecht, 1999).

É esta instabilidade emocional de base dos Pais terá como ponto comum as falhas na Individuação, como uma actualização pela necessidade inconsciente de projectar esses conflitos numa criança de idade semelhante aquela em que, no passado, tiveram os seus próprios problemas emocionais (Strecht, 1999).

Da parte dos agressores há sempre uma história prévia de privação emocional, expressa preferencialmente num padrão de violência, muitas vezes potenciado pela própria desinibição provocada pelo consumo de álcool  e drogas.

A repetição posterior num fenómeno de transgeracionalidade é sempre provável por identificação adesiva (imitação de modelos), por projecção de conflitos, ou por identificação ao agressor, o que estas crianças e adolescentes sofreram vai ser revivido ao inverterem as posições a que estiveram sujeitos, controlando e respondendo da mesma forma, numa verdadeira compulsão de repetição.

A violência tem sempre como objectivo a negação ou eliminação de um perigo que ameaça internamente e é dirigido contra o meio exterior. A violência é inicialmente movida  por instinto de auto-conservação, mas patologicamente pode tornar-se na forma preferencial de transmissão de estados emocionais intoleráveis, eliminando assim as respectivas representações afectivas dolorosas.

Os relatos da experiência clínica, mostram-nos que o adoecer psíquico de muitas crianças e adolescentes é um eco de uma falha familiar e social em os ajudarem a crescer saudavelmente. São cada vez mais raros aqueles, que passando por histórias de vida semelhantes às que foram descritas anteriormente, adoecem apenas “para dentro”, isto é, de uma forma sintomatológica  conflitual interna. Por este motivo é que os conflitos são cada vez mais exteriorizados através de comportamentos desviantes como a: Indisciplina; Toxicodependência, Marginalidade e Delinquência entre outros.

Depois do que foi referido anteriormente, apresentaremos agora de uma forma esquemática algumas das possíveis causas dos comportamentos desviantes, nas crianças e em adolescentes, baseada numa abordagem apresentada por Pedro Strecht:

  • Destruição Familiar;
  • Pobreza socio-económica;
  • Abandono;
  • Exposição crónica à violência e privações multiplas;
  • Dificuldades escolares (Indisciplina);
  • Desinserção socioprofissional.

 

Mas afinal quem são estas crianças?

            Nada aparece do nada...pouco é obra do acaso. De uma forma geral podemos definir a vida destas crianças, como uma vida de não crianças (Strecht, 1999).

Segundo M. Bortner e Linda Williams (cit.  Strecht, 1999), estas crianças:

  • Não tiveram experiências tradicionalmente vistas como sendo parte de uma infância normal; não lhes foram dadas necessidades básicas como comida, abrigo, roupa, carinho conforto (necessidades básicas/segurança);
  • Não foram protegidos da crueldade e abuso da vida;
  • Não tiveram o estimulo e a tolerância que encoraja o crescimento pessoal e o seu desenvolvimento.
  • Não conheceram a adolescência como um tempo de aprendizagem e acumulação gradual de experiências de conhecimento;
  • Não usufruíram de oportunidades para se sentiram queridas úteis e poderem contribuir como pessoas para o bem-estar das suas próprias famílias e da sociedade;
  • Não vislumbrando qualquer promessa de futuro, muitas nem sequer sobrevivem a estas experiências...

 

Conclusão:

Do trabalho realizado podemos concluir que a família e o meio são factores de grande importância no desenvolvimento saudável da criança e do adolescente.

            Os factores atrás focados são para nós as grandes causas dos comportamentos desviantes e nelas estão incluídas a destruição familiar, a pobreza socio-económica, o abandono e a exposição crónica à violência e privações múltiplas.

            Uma família desestruturada e desintegrada pode ter repercussões graves na personalidade de uma criança levando-a por vezes a ter comportamentos desviantes. Não podemos descurar a hipótese que também muitos desses comportamentos advenham de gerações passadas, sendo transmitidas deste modo de pais para filhos.

            Pensamos ser de grande importância incluir no trabalho uma parte prática que consistiu em várias visitas à Casa do Gaiato e mais do que um estudo foi uma experiência que nos enriqueceu quer a nível académico quer a nível pessoal.

 Estas visitas possibilitaram para além do contacto com a realidade, a aplicação a um adolescente de alguns testes que nos permitiram conhecer um pouco melhor a sua personalidade, o modo como encara o seu passado, o presente e o futuro.

            São crianças e jovens com histórias de vida complicadas e de grande sofrimento, trazem dentro delas raiva, medo, tristeza e sorrisos forçados que tentam esconder uma vida de constante sofrimento.

Só pedem  que lhes voltem a dar tudo aquilo que lhes tiraram.... o tempo e a felicidade de poderem ser apenas crianças.

Como nota final nada melhor do que “ouvirmos a voz das crianças”, no poema “Mensagem da Criança”.

 

MENSAGEM DA CRIANÇA

 

   Dizes que sou o futuro:

não me desampares no presente.

   Dizes que sou esperança da Paz:

não me induzas à guerra.

  Dizes que sou a luz dos teus olhos:

não me abandones às trevas.

  Não desejo tão só a festa do teu carinho:

                        suplico-te que me eduques com amor.

  Não te rogo apenas brinquedos:

                        peço-te bons exemplos e boas palavras.

  Não sou um simples ornamento

                        de teu caminho...

 Sou alguém que te bate à porta

 pedindo-te:

                        compadece-te de mim

                        e orienta-me para o bem;

                        corrige-me enquanto é tempo,

                        ainda que eu sofra;

                        ajuda-me hoje,

                        para que amanhã

                        eu não te faça sofrer.

 

BIBLIOGRAFIA:

q       Gammer, C; Cabié, M. C. (1999). Adolescência e crise familiar. Lisbioa: Climepsi Editores.

q       Malpique, C. (1999). Pais/Filhos Em Consulta Psicoterapêutica. Porto: Edições Afrontamento.

q       Sprinthall, N. A. ; Collins, W. A. (1999). Psicologia do Adolescente. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

q       Strecht, P. (1998). Crescer Vazio. Lisboa: Assírio & Alvim.

q       Strecht, P. (1999). Preciso de Ti: perturbações psicossociais em crianças e adolescentes. Lisboa:  Assírio & Alvim. 

q       Strecht, P. (2000). Interiores: uma ajuda aos pais sobre a vida emocional dos filhos. Lisboa: Assírio & Alvim.

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