O MODELO AGIL DE TALCOTT PARSONS

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O Sistema de Acção Social

« R E A L I D A D E

A
M
B
I
E
N
T
E

I (Integration)

O Sistema Social, que assegura de forma manifesta a coesão entre elementos.

L (Latency ou Pattern Maintenance)

O Sistema Cultural, que assegura de forma latente, i. e., simbolicamente, a manutenção do sistema e a sua mudança.

Ú
L
T
I
M
A
»

A (Adaptation)

O Organismo Comportamental, que assegura a alocação de recursos (físicos e outros) para que as acções possam ter lugar.

G (Goal Attainment)

O Sistema de Personalidade, que assegura a execução das acções, na medida em que motiva a intencionalidade dos agentes.

F Í S I C O

 

Note-se que os subsistemas na metade inferior do esquema (cores «frias»), tal como a sua maior proximidade do ambiente físico, dão conta das funções mais concretas (ou «executivas») do sistema, enquanto os da metade superior (cores «quentes»), tal como a sua maior proximidade da «realidade última», dão conta das funções mais abstractas (ou «conceptuais»). O mesmo tipo de diferenciação tem lugar, ainda que de modo mais «suave», entre a metade esquerda e direita. Assim, o próprio acrónimo «AGIL» representa essa gradação que vai do mais concreto ao mais abstracto. [Atenção que a entrada «AGIL Paradigm» da Wilkipedia apresenta um esquema de cores parecido, mas que alterei (tal como a ordem das componentes) para dar conta de pormenores que não são aí tidos em conta. A entrada tem de resto incorrecções diversas, devido nomeadamente a uma confusão entre níveis, sendo por isso de desaconselhar (por ora).]

 

O Sistema Social é então apenas um dos quatro subsistemas do esquema acima, o responsável pela função de Integração. Mas quando analisado segundo uma perspectiva sistémica, reencontram-se as mesmas quatro funções fundamentais:

I (Integration)

Da competência da Comunidade (num sentido abstracto), sendo a coesão assegurada através das normas sociais. Estas adquirem por vezes o carácter de leis, sendo então concretizadas por instituições (subsistemas) como o direito.

Desenvolve-se, tentando contrariar as tendências desintegradoras (que podem derivar de A e G) pela criação de novos mecanismos de unidade e estabilidade («integração»).

L (Latency ou Pattern Maintenance)

Da competência duma instituição abstracta a que Parsons chama o Sistema de Confiança (ou Fiduciário), sendo a manutenção de padrão assegurada através dos valores sociais. Em complemento das leis tácitas ou explícitas (Integração), estes assumem o aspecto de uma moral «difusa».

Desenvolve-se, também tentando contrariar tendências desintegradoras, pela «generalização de valores».

A (Adaptation)

Da competência do Subsistema Económico, (num sentido bastante lato; não confundir com a economia em sentido restrito, que é apenas uma das suas dimensões), sendo a alocação de recursos assegurada através dum mecanismo de distribuição de papéis sociais. Quando suficientemente diferenciado, também esse mecanismo pode gerar um subsistema: é o que ocorre com o mercado (de trabalho, p. ex.), mecanismo de eleição nas sociedades ocidentais.

Desenvolve-se pelo aumento de recursos («ascensão adaptativa»).

G (Goal Attainment)

Da competência do Subsistema de Governação (também num sentido bastante lato; não confundir com a política em sentido restrito, que é apenas uma das suas dimensões), sendo a execução das acções assegurada por intermédio das organizações (i. e., colectividades de indivíduos orientados para uma finalidade comum). Na medida em que qualquer dos outros três subsistemas (A, I, L) reforça «positivamente» a coesão social, é aqui que, por intermédio do poder político (enquanto monopólio dos meios de violência, p. ex.), se localizam os mecanismos de sanção e coerção que procuram evitar a desagregação social, a anomia, a marginalidade, etc.

Desenvolve-se pela geração de novos subsistemas («diferenciação»).

 

Pelo menos em teoria, se não mesmo na prática (no caso das funções menos abstractas), os subsistemas continuam a exibir este tipo de auto-semelhança. Assim, podemos encontrar em qualquer organização concreta (uma empresa, p. ex.) uma diferenciação funcional entre um subsistema adaptativo (Ga) responsável pela alocação de recursos materiais e humanos, um subsistema destinado ao estabelecimento e cumprimento de objectivos (Gg), um subsistema integrativo (Gi) destinado a promover a coesão, e um subsistema que promova a manutenção dos valores no interior da empresa (estas duas últimas funções poderiam ser asseguradas, por exemplo, por um departamento de relações públicas internas). No entanto (cf. o artigo texto facultativo «Talcott Parsons: The Future of a Theory» de Niklas Luhmann), postular uma hierarquia de subsistemas ad infinitum acaba por tornar-se uma deturpação da intenção original de Parsons, que era a de compreender a unidade (e previsibilidade) da acção social.

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