TEORIA BEHAVIORISTA OU COMPORTAMENTISTA

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Maria Celita de Oliveira Parreiras

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras, Universidade de Itaúna, MG, Brasil

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ORIGEM HISTÓRICA

“O germe do associacionismo pode ser encontrado já em Aristóteles, quando observou que uma coisa faz a gente lembrar de outra. Se (A) faz com que a gente se lembre de (B), qual é a relação de (A) para (B)?” Segundo MILHOLLAN e FORISSHA (1978: 30), a chamada Psicologia Científica do Século XIX – XX derivou-se de dois grandes movimentos:

1-A critica ao racionalismo cartesiano - ruptura contra inadequações e inconsistências das tendências mentalistas [objeto de estudo: consciência], e à introspecção como método único de investigação dos sistemas psicológicos anteriores - disciplina mental e a percepção .

2-O surgimento da teoria positivista da ciência - do filósofo francês Augusto Comte (1789-1857).

 

TEORIA PSICOLÓGICA BEHAVIORISTA OU AMBIENTALISTA, OU COMPORTAMENTISTA, OU ASSOCIACIONISTA, E SEUS TIPOS E TEÓRICOS

Segundo MERCHAN (2000: 23), “Os comportamentistas entendiam a aprendizagem como um processo pelo qual mudava a conduta de um organismo, sempre que, nas mudanças, não se dava a maturação e não tinham caráter ocasional (como as mudanças de conduta que são respostas, por exemplo, a fadiga) mas que sejam estáveis”.

Em seu desenvolvimento a teoria condutista se baseou nos seguintes pressupostos:

1- Compreendem o associacionismo como aspecto essencial da aprendizagem.

2- O reducionismo ambientalista é mais ou menos radical conforme o momento ou o investigador.

3- O ambientalismo está na base de condutas consideradas passivas no processo de aprendizagem.

4- A crença de que toda conduta por mais complexa que seja, se pode separar em elementos simples.

5- A equipotencialidade das leis da aprendizagem, em qualquer ambiente ou referida a qualquer tipo de organismo.

“As posturas conductistas se centraram na utilização de três idéias principais:

1 – Reducionismo: A experiência pode ser decomposta em suas partes elementares. Mediante o método analítico pode-se estudá-los separadamente para estabelecer uma explicação comum.

2 – Causalidade: Tudo é explicável em forma de relações simples de causaefeito. É possível a análise de situações mediante sistemas fechados aos que supõem estar fora da influencia ambiental.

3 – Determinismo: O sentido mecanicista que se dá à ordem natural das coisas leva a afirmar que tudo está predeterminado no mundo, e em última instância, a conduta segue o rumo pelas leis naturais.”

(Delclaux, p. 27 em SALVAT, CD)

A partir de um conjunto de princípios específicos da aprendizagem, que permitiam explicar a conduta do indivíduo ou animal, foram desenvolvidos pelo behaviorismo, dois modelos teóricos de aprendizagem, o CONDICIONAMENTO CLÁSSICO e o CONDICIONAMENTO INSTRUMENTAL OU OPERANTE. Estes modelos permitiram verificar que os princípios da aprendizagem não são aplicados a todas condutas. Tem que se levar em conta a influência de fatores biológicos de uma conduta e a predisposição evolutiva para aprender determinadas respostas ou associações de estímulos.

O embasamento teórico, a partir de experimentação e formulação de princípios, que constituem a base do behaviorismo, aconteceu ao longo das primeiras décadas do século XX nos Estados Unidos e na Europa.

 

PRESSUPOSTOS ESSENCIAIS DO CONDICIONAMENTO CLÁSSICO

1 – Todo comportamento animal – incluindo o homem – pode ser estudado em termos de estímulo e respostas, formação de hábitos e similares.

2 –É possível conhecer e controlar a conduta na medida que os estímulos permitem prever respostas e vice-versa.

3 – Segundo Leahey em (MERCHAN,2000: 23), referindo-se a Watson: (...)” a aprenzagem é um processo incosciente, de sorte que a consciencia não desempenhava nenhum papel no aperfeiçoamento do pensamento. (...) Todo pensamento ocorre na musculatura periférica (...) e opinava que os psicólogos deviam arquivar os problemas “banais” problemas da cognição, até poderem estabelecerem bases firmes nos estudos dos processos mais simples”

“É obvio que Watson desejava reformular os métodos, problemas e objetivos da psicologia. Substituir a introspecção pelo condicionamento clássico; as questões da atenção, do sentimento, do pensamento e a descrição da consciência, pelo problema da aprendizagem. O objetivo da explicação psicológica seria substituído pela predição prospectiva e o controle da conduta seria concebido segundo o modelo da física”.

A) SEGUNDO IVAN PETROVC PAVLOV (1849/1936)

O condicionamento clássico, também chamado respondente, foi originalmente estudado por Pavlov que iniciou suas pesquisas em um cão, em situação de laboratório. Essa forma de condicionamento é o fundamento de uma série de comportamentos reflexos involuntários Ao descobrir e iniciar a investigação do condicionamento clássico, como método de análise da conduta, Pavlov, através dos seus estudos sobre a conduta reflexa, embasou tecnicamente a Psicologia da Aprendizagem. Para ele o processo de aprendizagem consistia na formação de uma associação entre um estímulo e um resposta aprendida através da contigüidade, envolvendo alguma espécie de conexão no sistema nervoso central entre um S (estímulo) e um R (reflexo ou resposta)

O princípio básico desta teoria estava relacionado com o associacionismo, levando Pavlov tentar associar, em experiência com animais em laboratório, um estímulo neutro (som) com uma resposta (salivação) que em princípio estava associado a outro estímulo (a comida).

Nesse tipo de aprendizagem há momentos bem nítidos, a saber:

1 – O processo de condicionamento clássico (reflexo)

Fases:

A

(salivação)

EC

EI → → → → RI

EC = estímulo condicionado ou neutro (luz)

EI = estímulo Incondicionado (comida) → RI = resposta incondicionada

B

(comida)

EC + EI → → RI

EC = estímulo condicionado ou neutro (luz) + EI = estímulo incondicionado

→→→ RI = resposta incondicionada (salivação)

C

(salivação)

EC → → → RC

EC = estímulo condicionado ou neutro (luz) → RC = reposta condicionada

2 – O processo de generalização que permite a aparição de resposta similar à condicionada, a um estimulo semelhante ao que se usou no condicionamento original – cão saliva com o som de campainha, pode salivar com o som de um diapasão. Generalizar é descobrir semelhanças no estímulo.

3 – O processo de discriminação é o oposto a generalização. O organismo dá resposta a um dado estímulo, mas não a estímulos semelhantes a ele, diferenciando assim respostas a estímulos diferentes - cão saliva com o som de campainha, mas não saliva com o som de um diapasão. Discriminar é encontrar diferenças e está influenciado pelo grau de maturação do indivíduo, não acessível a organismos imaturos.

4 – O processo de extinção é o enfraquecimento de uma resposta, devido à apresentação do estímulo condicionado independente do estímulo incondicionado, atuando assim como supressor ou inibidor de uma resposta – Apresentando-se a campainha, sem a apresentação da carne em pó, pode aguardar que a extinção ocorra após certo tempo.

5 – O processo de recuperação do comportamento extinto acontece quando o sujeito é colocado na situação experimental – o cão, no qual já ocorrera a extinção, pode voltar a salivar quando recolocado na sala experimental. A recuperação espontânea é a reintegração do comportamento extinto.

Fatores que influenciam no condicionamento:

1 - Intervalo de tempo entre EC-EI →elemento reforçador ou debilitador da contigüidade e suas conseqüências;

2 – O efeito de duração dos intervalos entre ensaios experimentais;

3 – A intensidade e a duração do EI e do EC e suas conseqüências na resposta.

B) SEGUNDO JOHN B.WATSON (1878/1958) - base empirista Watson foi o iniciador da escola behaviorista, considerou a pesquisa animal a única verdadeira por ser extrospectiva e não mentalista. Com Watson, a Psicologia mudou seu foco, da consciência, dos fenômenos psíquicos, para o comportamento e dados observáveis e verificáveis. Sofreu influência da filosofia empírica de John Locke e da psicologia fisiológica de Ivan Pavlov, de quem aceitou o condicionamento clássico para explicar a aprendizagem, admitindo que nascemos com certas conexões de estímulo-resposta chamados reflexos.

Watson foi o primeiro representante do ambientalismo, lançou o behaviorismo e transformou o estudo da aprendizagem em um processo pelo qual a conduta de um organismo muda como resultado da experiência. Afirmou que não há limite para o efeito do ambiente sobre a natureza humana. Watson não foi muito profundo no trato dos problemas de aprendizagem.

De acordo com GOULART (1987 – p.43), três pontos fundamentais destacamse no pensamento de Watson:

1 – A rejeição da introspecção como fonte insatisfatória de dados pela falta de objetividade, a rejeição ao estudo da consciência e da análise da motivação em termos de instintos.

2 – A crença de que a hereditariedade determina o comportamento humano.

3 – A afirmativa de que o efeito deste ambiente se dá principalmente através de um processo de condicionamento de reflexos ou involuntários.

Sua Psicologia é conhecida como behaviorismo, termo que engloba todas as teorias de condicionamento S-R.

 

PRESSUPOSTOS ESSENCIAIS DO MODELO DE CONDICIONAMENTO INSTRUMENTAL OU OPERANTE:

A) EDWARD LEE THORNDIKE (1874/1949) - base empirista Thorndike foi o pioneiro das tentativas para compreender a aprendizagem dos animais através da realização de experimentos. Para ele, aprender consistia em estabelecer uma conexão entre uma resposta e a produção de situação agradável e que a repetição de um ato que causava um resultado agradável, aumentava a probabilidade de ocorrência deste ato – era a Lei do Efeito. Fez da aprendizagem, particularmente a aprendizagem por conseqüências recompensadoras, um conceito central da psicologia, estabelecendo assim, os princípios do condicionamento operante.

Seu trabalho foi influenciado por várias correntes, dentre elas estão:

1 – Teoria Evolucionista de Darwin – aproximou o comportamento humano e animal.

2 – Tradição Associacionista – presumiu que a aprendizagem é a formação de laços associativos, ou conexões, processo de ligação de acontecimentos físicos (estímulos e respostas) e acontecimentos mentais (coisas sentidas ou percebidas), em várias combinações. Thorndike achava que o principal caminho para a formação de conexões do tipo S-R era através de ensaio e erro ao acaso.

Para Thorndike a aprendizagem, é o processo (passivo, mecânico e automático) de selecionar e associar unidades físicas e mentais, gravando as respostas corretas e eliminando as incorretas, como resultado de suas conseqüências agradáveis (recompensa) ou desagradáveis (punição). A esse gravar e eliminar deu o nome de conseqüências da Lei de Efeito, segundo a qual, se consolida a resposta seguida de satisfação e tende a desaparecer a seguida de castigo.

De acordo com BIGGE (1977 p.56), Thorndike formulou “leis” da aprendizagem a saber:

1 –A lei de prontidão – quando uma unidade de condução (neurônio e sinapse envolvidos no estabelecimento de uma ligação ou conexão) está pronta para conduzir, conduzir é gratificante e não conduzir é irritante.

2 – A lei do efeito –uma resposta é fortalecida se seguida de prazer e enfraquecida se seguida de dor ou castigo.

3 – A lei do exercício ou da repetição – quanto mais um estímulo-resposta for repetido e se conecte com uma recompensa por mais tempo será retido.

Clark L. Hull pensou na aprendizagem em termos de conexões receptorasgeradoras e em reforçamento em termos de redução de necessidade ou de estímulos de impulso. Na década de trinta a Lei do Efeito voltou a ser a pedra angular do behaviorismo, associada, desta vez ao nome de Hull. Ele erigiu uma teoria detalhada e específica, tratando da motivação e introduziu uma nova modalidade no tratamento do método científico.

Segundo Tolman A Lei do Efeito foi abalada, no final da década de trinta, pela descoberta de que, não há somente recompensas, há também punições que o homem ou animal procuram evitar.

“A explicação da recompensa, assim como da punição, tornava-se explicável por - Tolman – que admitiu a construção de uma espécie de mundo real dentro do sistema nervoso, quer quando se é gratificado, quer quando se tenta o comportamento de esquiva”. (GOULART, 1987 – p.44).

A teoria de Tolman é a única behaviorista que explica a aprendizagem segundo um modelo hipotético-dedutivo.

B) B.F. SKINNER (1904/1990) - base positivista “A psicologia de Skinner, behaviorismo operante, é uma visão moderna das primeiras psicologias mecanicistas de estímulo-resposta, como o conexionismo desenvolvido por Thorndike e o behaviorismo desenvolvido por Watson”.

Psicologia mecanicista pressupõe que todas as ações humanas são reações seqüenciais a estímulos internos ou externos. (...) Skinner, como Thorndike e Watson, considera que o ser humano é neutro e passivo e que todo comportamento pode ser descrito em termos mecanicistas seqüenciais. (...) para eles Psicologia é a ciência do comportamento”. (BIGGE, 1977 p.56)

Skinner apresentou experimentalmente o condicionamento instrumental ou operante, como alternativa ou complemento ao condicionamento clássico de Watson. A questão básica para ambos modelos era o estabelecimento de resposta a fatores determinantes. Enquanto o comportamento reflexo ou respondente (condicionamento clássico) é controlado por um estímulo precedente, o comportamento operante (condicionamento instrumental ou operante) é controlado por suas conseqüências – estímulos (reforço) que se seguem às respostas.

→No condicionamento operante, um operante (resposta) é fortalecido pelo reforçamento ou enfraquecido pela sua extinção.

→Um operante é uma série de atos ou ações, pelas conseqüências que geram, são fortalecidos ou enfraquecidos de modo a aumentar ou diminuir a probabilidade de sua ocorrência Contudo, não é a resposta específica (R) que é fortalecida, mas a tendência geral em emitir a resposta. Daí, um operante é uma classe de respostas da qual uma resposta específica é um exemplo ou membro.

→O comportamento opera sobre o ambiente e gera conseqüências. As conseqüências que fortaleceram o comportamento são chamadas reforço, que se refere a qualquer evento ou estímulo que aumenta a força de algum comportamento operante.

Segundo COUTINHO E MOREIRA (1991: 47) Skinner classificou assim os reforços presentes na relação do indivíduo com as estimulações do meio:

1. Reforço Positivo: é todo estímulo cuja apresentação após uma resposta, aumenta a probabilidade de sua ocorrência, isto é a força da contingência (conexão) resposta-estímulo.Quando atendemos aos desejos de uma criança que faz birra, estamos fortalecendo o seu comportamento de fazer birra, pelas conseqüências que gera.

2. Reforço Negativo: Refere-se a todo estímulo aversivo que, quando retirado, aumenta a probabilidade de ocorrência de uma certa resposta. A retirada do estímulo aversivo (dor de cabeça) pelo uso de comprimidos aumenta o procedimento de tomar comprimidos.

3. Reforço Primário: São estímulos relacionados às funções de sobrevivência, que têm importância biológica para o organismo.Comida, água, contato sexual, afetividade, entre outros, por estarem ligados a funções vitais.

4. Reforço Secundário: São estímulos condicionados aos primários, como por exemplo, o dinheiro que mesmo não sendo, diretamente, de importância biológica para o individuo, é um meio de se conseguir alimentos e outras satisfações ligadas à sobrevivência.

5. Reforço de Razão: Refere-se ao reforço que ocorre em decorrência da emissão de um comportamento desejado.

6. Reforço de Razão Fixa: Refere-se ao reforçamento do comportamento desejado, fixando-se previamente o número de vezes que o indivíduo devera apresentar aquele comportamento para que receba o reforço – elogiar (reforço) o aluno a cada três notas boas – de acordo com (MERCHAN, 2000 –32) : (programa de razão fixa)

7. Reforço de Razão Variável: Refere-se à aplicação do reforço sem o estabelecimento do número de comportamentos adequados que justifique a aplicação do reforço – elogiar, de vez em quando, o bom comportamento de alguém – de acordo com (MERCHAN, 2000: 32) : (programa de razão variável)

8. Reforço de Intervalo: Caracteriza-se pelo fato do reforço não ser aplicado, imediatamente, após a emissão de uma resposta esperada mas depois de um certo tempo arbitrado pelo experimentador (ou por quem esteja condicionando alguém)

9. Reforço de Intervalo Fixo: Refere-se à presença de reforço em intervalos previamente definidos – o tempo decorrido entre a produção de uma resposta e a aplicação do reforço ser sempre o mesmo. Se um estudante sabe que um professor dá provas de oito em oito dias, ele só começará a estudar, provavelmente, às vésperas do 8º dia – de acordo com (MERCHAN, 2000:32) : (programa de intervalo fixo)

10. Reforço de Intervalo Variável: Refere-se à presença de reforço em intervalos não fixos, sendo impossível, por parte do indivíduo, fazer qualquer previsão – o professor que aplica suas avaliações em dias diferentes, cria uma expectativa que leva o aluno a estar sempre em dia com a matéria – de acordo com (MERCHAN,2000: 32) : (programa de intervalo variável)

11. Reforço por Imitação: Quando se observa alguém ser reforçado por causa de algum comportamento emitido, a tendência é imitar aquele comportamento – crianças aprendem a fazer birra por observarem a conseqüência satisfatória desse recurso para consegui algo.

O reforçamento tem como objetivo aumentar a probabilidade de resposta, assim como na sua ausência a resposta torna-se menos freqüente; isto é a extinção operante.

Enfraquecimento e extinção de uma resposta é a diminuição da freqüência de uma resposta ou a supressão desta resposta, ainda que temporária, pela não aplicação do reforço incompatível ou punição – não atender a criança que dá birra, é enfraquecer este comportamento até sua extinção.

1. Reforço Incompatível – reforçar comportamentos incompatíveis é instalar através do reforço, um comportamento diferente do comportamento indesejável – atender a criança desde que esteja emitindo o comportamento de birra.

2. Punição – é outra forma de enfraquecer um comportamento, através da aplicação de estímulos aversivos imediatamente após o comportamento indesejável. A retirada do reforço positivo pode também pode se constituir como uma punição.

Skinner considerou que o propósito da psicologia é predizer e controlar o comportamento dos organismos individuais. Limitou o estudo psicológico cientifico ao comportamento observável do organismo através da observação sensorial e definiu a Psicologia como a ciência do comportamento manifesto.

Comportamento é ”(...) o movimento de um organismo ou de suas partes num quadro de referencias oferecido pelo próprio organismo ou por vários objetos externos ou campo de força” Skinner, em (BIGGE, 1977 p.123)

A aprendizagem é definida como uma mudança na probabilidade de resposta, quase sempre provocada por condicionamento operante, processo pelo qual uma resposta (ou operante) torna-se mais provável ou mais freqüente, porque o operante é fortalecido – reforçado.

“Skinner chegou a estabelecer toda uma tecnologia da conduta baseada no estabelecimento de planos ou programas que definem regras de contingência e relações entre estímulo e respostas. Em essência se se quer associar uma resposta a um determinado estímulo, deve-se elaborar um plano que permita, em termos similares aos seguintes:” (MERCHAN, 2000 –31)

Conseqüência que segue a resposta

Apresentação do Reforço

Retirada do reforço

*Reforço Positivo

Fortalece a aparição da resposta

Debilita a resposta por castigo

*Estímulo Aversivo

Debilita a resposta por castigo

Fortalece a resposta por reforço negativo

*Não há conseqüência

Extinção da resposta

Extinção da resposta

A consolidação da aparição de uma resposta é a sua associação com as conseqüências que seguem, um programa de contingências pode planejar o resultado que se deseja, atuando sobre a apresentação do reforço ou sua retirada, por uma parte, e com a administração de conseqüências positivas ou negativas que o sujeito interprete como reforço ou como castigo. Os resultados são os que aparecem no quadro acima, onde se pode ver o condicionamento de consolidação ou desaparecimento da conduta.

Fatores que influenciam o aparecimento ou desaparecimento da resposta, de acordo com (MERCHAN, 2000 –32) :

1. O efeito da quantidade de reforço administrado e suas variações.

2. A influencia do valor do incentivo ou motivação que o reforço exerce sobre a conduta.

3. As conseqüências do tempo de demora na administração do reforço.

4. A influencia da duração e intensidade de todas as variáveis que intervêm no estabelecimento da resposta condicionada.

Quatro formas diferenciadas de centrar os programas de reforçamento segundo se realizem a administração de reforço, de acordo com (MERCHAN,2000: 32):

1. programa de razão fixa – ver acima em reforço de razão fixa.

2. programa de razão variável – ver acima em reforço de razão variável.

3. programa de intervalo fixo – ver acima em reforço de intervalo fixo.

4. programa de intervalo variável – ver acima em reforço de intervalo variável.

Estes programas são aplicados a situações escolares – as instruções acadêmicas, as sugestões do professor, os materiais educativos – poderiam ser entendidos como reforços que utilizados como se indica na tabela, se associariam a respostas que se quisesse condicionar. Nos processos empregados na informação pelos meios de comunicação, na publicidade, não seria difícil encontrar exemplos de atuações onde parece que estão aplicando programas como estes.

É interessante na educação se considerar o papel dos reforços sociais no ambiente de aprendizagem (atenção, afeto, aprovação) e a associação do conhecimento do aluno ou a demonstração de suas habilidades com algum tipo de reforço que gere a aparição de capacidades autoreforçantes e de motivação.

Não se pode generalizar o principio conductista do efeito do reforço em situações de aprendizagem (aparição de conduta), em especial quando se trata de castigos que deterioram a relação professor/aluno, diminuindo a potencialidade do agente reforçador, gerando ansiedade no alunado e, portanto interferindo na sua capacidade de aprendizagem a médio e longo prazo.

 

APRENDIZAGEM ESCOLAR E AS TEORIAS DO CONDICIONAMENTO

As teorias que explicam a aprendizagem, através do condicionamento refletem uma concepção empirista do desenvolvimento e aprendizagem humanos, uma vez que seu pressuposto básico é o de que forças externas ao indivíduo são os determinantes principais de seu comportamento. Dentro de tal visão o indivíduo é sempre paciente de um processo que ocorre, na maioria das vezes, à revelia da sua vontade.

O modelo do condicionamento operante é a teoria que mais teve aplicação do condutismo na aprendizagem escolar, e para Skinner ensinar é planejar um programa de contingências de reforço que permita ao aluno aprender novas condutas.

 

TEORIAS DO CONDICIONAMENTO E A PROGRAMAÇÃO DE OBJETIVOS DE ENSINO

A ênfase que o modelo pedagógico tecnicista dá à formulação muito precisa de objetivos educativos parece ser suficiente para uma programação eficaz, de desenvolvimento de processos de aprendizagem necessários, em vez de toma-los como “(...) primeiro passo para estudar a ação que os processos de ensino tem que desenvolver para que, estimulando e guiando os processos de aprendizagem, o aluno alcance de alguma forma, os objetivos propostos. O projeto consiste em prever o processo de ensino mais adequado para despertar o processo de aprendizagem nas condições precisas para que o aluno alcance as metas. Partir de uns objetivos claros e definidos não é somente o primeiro passo para adequar o projeto que prefigura tanto o processo de ensino como o de aprendizagem”. (Sacristán em (MERCHAN, 2000 : p.37)

A critica realizada pelo autor citado, estabelece que esta pedagogia visa através da educação a mudança direcionada de comportamento definindo com exatidão os objetivos operacionais que devem ser alcançados para promover estas mudanças, especificando:

1. O que o aluno deve fazer em termos de conduta final;

2. que objetivos específicos, o aluno deve alcançar, através das estratégias de ensino (ações), para manifestar a conduta prevista no objetivo geral.

Aparecem então taxionomias complexas combinando tipos de capacidades, condutas gerais, condutas finais operativas, especificas.

Surgem muitas interrogações como:

- Quantos objetivos específicos são necessários para se considerar plenamente alcançado um objetivo geral?

- Quando estará esgotado o mundo do observável, o significado de um conceito ou de um objetivo geral?

- Quais são os critérios de validação de uma hierarquia de objetivos?

- Que indicações são oferecidas de como conseguir desenvolver e dinamizar os processos necessários que influenciam o ensino?

Concluindo Sacritán argumenta:

“(...) uma psicologia que descreve o ser humano como algo estático, não pode ajudar aos educadores a estabelecerem uma metodologia pedagógica para alcançar esses resultados educativos”. (Sacristán em (MERCHAN, 2000: p.39)

 

AS OBJEÇÕES ESTABELECIDAS AO CONDUTISMO:

1 – Objeção à possibilidade de generalizar os resultados de investigação com animais em relação com conduta humana – a conduta humana responde a princípios totalmente distintos dos que regem a conduta animal.

2 – Objeção ao principio básico do condutismo de identificação entre aprendizagem e conduta manifesta, pois a aprendizagem é um evento ou um conjunto de eventos inobserváveis.

3 – Objeção à semelhança entre as condutas elementares dos animais com as condutas complexas humanas. Tornando o condutismo um enfoque reducionista no que se refere à aprendizagem humana.

4 – Objeção à consideração condutista do conhecimento como uma soma de informações construídas de forma linear, prescindindo por completo dos processos cognitivos.

5 – Objeção à ênfase nos resultados obtidos e atividades mecânicas e não nos os processos internos e nas atividades criativas e descobridoras do indivíduo MERCHAN que aprende.

 

BIBLIOGRAFIA

BIGGE, M. L. Teorias da aprendizagem para professores. São Paulo: editora pedagógica e universitária, 1971

COUTINHO, M. T. C., MOREIRA, M. C. Psicologia da educação. São Paulo: Lê, 1991

GOULART, I. B. Psicologia da educação. São Paulo: Vozes, 1987

MILHOLLAN, F., FORISHA, B. E. Skinner x Rogers. São Paulo: Summus, 1978

PARREIRAS, M. C. O. Teoria behaviorista ou comportamentista. http://www.geocities.com/celitaparreiras/cond.htm  

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